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E QUANDO EU PARO DE TENTAR?

Papo reto! Na última pesquisa sobre tópicos para os artigos, recebi uma pergunta: "E quando já nem tentar eu quero?”


Não é raro que as pessoas cheguem ao consultório com sintomas de exaustão emocional. As queixas geralmente são de que estão com dificuldade para tomar decisões. Embora tenham desejo de realizar suas tarefas, sentem falta de energia, cansaço extremo, vivenciam explosões de raiva, sensação de injustiça e até têm vontade de chorar sem explicação.


Essas sensações incômodas chegam ao momento em que a pessoa simplesmente age de maneira extrema e diz: - CHEGA. Chega de tentar, chega de esperar que as coisas deem certo, chega de buscar mudanças ou aprimoramentos. É como se o grito surgisse de maneira impulsiva e completasse com: - EU NÃO AGUENTO MAIS!!!


Enquanto psicóloga clínica, quando alguém apresenta esses comportamentos, na psicoterapia, a prioridade não seria educar a respeito das emoções, mas sim tratar esse estresse crônico, ou seja, tirar a pessoa do estado de exaustão emocional.


Isso inclui rever a rotina, auxiliar a pessoa a definir as prioridades, a identificar o que pode ser deixado de lado e inserir momentos de descanso e lazer em sua vida. É necessário entender que o cérebro precisa de um descanso e não tem mais condições de assumir novas responsabilidades.


Acontece que uma pessoa sem acompanhamento e exausta emocionalmente pode começar a sentir falta de esperança, de modo que a tentativa de melhorar as situações não parece resolver os problemas. Então, essa pessoa conclui que não vale a pena tentar.



Mas afinal, o que isso significa?



Bom, quando as pessoas, depois de viverem muitas repetições de resultados negativos em suas vidas, ou seja, depois de experienciarem muitos estímulos aversivos, param de tentar, pois estão vivenciando o que chamamos de desamparo aprendido.



Em termos mais amplos, o desamparo aprendido é uma emoção de abandono. Acontece quando a pessoa, na infância/adolescência, teve suas necessidades físicas ou de segurança emocional negligenciadas, começando a gerar uma sensação de inadequação, vergonha e um sentimento no qual ser ela mesma não parece ser suficiente.


Quando menciono necessidades emocionais, posso começar pela necessidade de crescer em um ambiente estável, onde as emoções são validadas, e é seguro expressar até mesmo sentimentos mais difíceis, como a ira ou a fúria, sem que haja punições.


Imagine um ambiente onde seja permitido chorar, agir espontaneamente e sentir segurança ao cometer erros, viver sem aquele alerta de que algo ruim está prestes a acontecer e que ninguém vai ou pode ajudar.


Ambientes contrários, nos quais a pessoa não é respeitada pelo que é ou sente, ou que precisava de proteção e recebeu castigos, são ambientes carregados de uma emoção: a vergonha.

Além da sensação de inadequação, de sentir que não é suficiente, a vergonha age como aquela pequena voz interior que nos diz que não deveríamos ser como somos e que não conseguiremos realizar o que desejamos. Ela gera paralização e pensamentos pejorativos sobre nós mesmos.


Então, se você já sentiu essa vontade de desistir de tentar, saiba que é provável que você esteja vivenciando o desamparo aprendido. Dito isso, listo alguns alertas que podem ser observados para identificar se está passando por um período de desamparo:


  • Atenção aos vícios: o desamparo ativa a necessidade de recompensa. Reflita sobre o seu consumo de substâncias ou sobre o tempo excessivo que está direcionando para suas atividades - trabalho, séries, jogos, entre outros.

Isso quer dizer que, de certa forma, para contornar essa sensação de desamparo, você está buscando anestesias mentais.


  • Atenção aos pensamentos rígidos: o desamparo deixa o cérebro em estado patológico. Observe se você tem travas emocionais, se tem dificuldade em mudar e não consegue sair do seu papel social, se deixou de ser você mesmo (a).


  • Atenção ao perfeccionismo: pessoas desamparadas sentem que não podem errar, pois errar é muito doloroso. Verifique se você está buscando constantemente a perfeição, tanto pessoal quanto social.

A sensação de fracassar em uma expectativa causa vergonha social e está vinculada à necessidade de pertencimento. Quando nosso cérebro entende que não está pertencendo, que não está atendendo às expectativas, o senso de inadequação e vergonha aumenta. Logo, a pessoa acredita que não pode cometer erros.


Por fim, se você se identificou com a temática e está com dificuldade em algum desses campos, ou então se você sente que não tem mais energia para tentar buscar soluções por conta própria, busque auxílio profissional. A psicoterapia pode ter um papel fundamental para seu bem estar.



 

Você tem a habilidade nata para vencer

Criar sua realidade, o que deseja viver

[…]

A força que carrega o simples ato de acreditar

E agir com amor e consistência e ver se manifestar

[…]

E as coisas boas que eu imaginar se tornarão vivas

E os pensamentos positivos serão minha fortaleza


Trechos da música Tudo vai dar certo - Natiruts

 

E aí, gostou do conteúdo?

Me envie dúvidas e sugestões pelo chat ou pela caixa de mensagens.

Ficarei animada em escrever para você!



por Letícia de Andrade Rodrigues

Psicóloga Clínica

CRP 08/19065


PSICOTERAPIA ON-LINE INDIVIDUAL


 
 
 

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