A dificuldade de sentir e regular emoções é uma questão que surge com frequência no Setting terapêutico e, por isso, também é estudada por muitos pesquisadores na área da psicologia e neurociência afetiva.
Algumas das principais razões por trás dessa dificuldade incluem a complexidade e aprendizado emocional, trauma e estresse, desequilíbrios químicos e hábitos pouco saudáveis, como a privação de sono ou de comida.
As emoções são influenciadas por muitos fatores, incluindo a história de vida, o ambiente, a cultura e a personalidade. Elas podem ser ambivalentes, ou seja, é possível sentir mais de uma emoção ao mesmo tempo, tornando difícil identificar e expressar as emoções de forma clara.
Como as emoções se desenvolvem ao longo da infância, o estresse vivenciado nessa fase da vida, quando muito e constante, contribui para um processo difícil de aceitação das emoções e dificulta o processo de regulação emocional. É como se toda a emoção que sentimos depois, na adolescência e vida adulta, fosse uma memória desse estresse.
O estresse crônico também é um dos grandes marcadores neurobiológicos de não conseguir sentir de maneira saudável. Pode desgastar nossos recursos emocionais, tornando-nos mais suscetíveis a sentimentos de irritabilidade, frustração e desesperança.
Em situações de trauma, pode ocorrer uma hipersensibilidade às emoções negativas, a pessoa vive em estado de alerta de modo que pode ser difícil controlar os impulsos emocionais e manter a calma em situações desafiadoras.
O caminho para sentir e regular as emoções envolve aprendizado, se o ambiente em que crescemos não nos deu ferramentas para lidarmos com nossas emoções, essa dificuldade afeta toda a nossa forma de ver e viver a vida.
Decorrente do processo de não aprender ou de não se permitir sentir, surgem as anestesias emocionais, que são toda emoção, regra ou comportamento destinados a encobrir aquela emoção ou memória que queremos evitar, que não aprendemos a lidar e que não queremos sentir.
Algumas dessas anestesias são reações de raiva, ansiedade, necessidade de controle, compulsões e vícios, perfeccionismo, estipular regras rígidas ou inalcançáveis e alguns casos de TOC e de crise de pânico.
Em psicoterapia, se percebe as anestesias emocionais quando estas se repetem e estão sempre na vida da pessoa, como se ela sempre fosse assim. Geralmente é aquele comportamento não muito funcional e que a pessoa faz constantemente.
Em um dos processos psicoterapêutico que acompanhei, a pessoa relatava sentir que a ansiedade fazia parte de sua personalidade, pois era constante desde sua infância. Agora, na fase adulta, tendo trabalhado suas questões emocionais, revelou estar supresa com a diminuição de sua ansiedade e a capacidade de regular suas emoções.
Em psicoterapia se explora o significado dado por nós mesmos, ao longo de toda a nossa história de vida, às nossas emoções. Lembrando que cada pessoa é seu próprio processo, as emoções são mapeadas, acolhidas e trabalhadas individualmente.
Junto à psicóloga, também é possível desenvolver estratégias de regulação emocional, falaremos sobre esse tema do próximo artigo, mas aqui vai uma reflexão final: emoções são complexas e sentidas diferente de pessoa para pessoa, mesmo assim é possível transformar uma emoção em aprendizado, pode ser que as coisas não aconteçam da forma esperada, porém conhecendo mais suas emoções, terá maior saúde e qualidade de vida.
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por Letícia de Andrade Rodrigues
Psicóloga Clínica de Orientação Junguiana
CRP 08/19065
PSICOTERAPIA ON-LINE INDIVIDUAL
Dra Letícia, a terapia me ajudou muito no domínio das emoções, isso eu não tenho a menor sombra de dúvidas. Todavia, confesso que esse controle se dificulta muito em períodos de TPM. Será que na menopausa isso passa?